Uma dúvida muito comum das pessoas que atendo no consultório é essa: se eu focar em redução da gordura corporal, vou cair meu desempenho nos treinos? Acho que essa dúvida se dá por um pensamento muito “básico” , eu diria, de que para que haja desempenho é preciso ter sempre “muita comida”…
Na verdade, a ciência nos mostra que não é bem assim! Nós temos sim que ter energia suficiente para a realização daquela atividade, mas isso não significa muita comida! Temos que usar o conhecimento sobre o metabolismo durante aquela atividade para calcular um programa nutricional que proporcione exatamente a demanda requerida.
Traduzindo: algumas atividades requerem muito mais glicose (carboidrato) como fonte de energia. Já outros tipos de esportes usam outras vias como fonte de energia, como a gordura por exemplo. Entendendo primeiro qual a demanda principal para a sua atividade podemos calcular um programa nutricional, o qual direcionaremos para uma melhora de performance aumentando os metabólitos das vias mais utilizadas.
Dessa forma, em momento algum haverá “sobra” ou estímulo para o acúmulo de gordura, pelo contrário; Podemos focar também na redução do percentual de gordura, ao mesmo tempo! Até porque na maioria das atividades na qual o peso corporal influencia (corrida, ciclismo, dança..), não seria muito coerente focar em performance com um programa que não levasse a uma redução da gordura corporal.
Mas então, na prática, como fazer?
A grosso modo primeiramente observar qual subtrato será prioritariamente consumido para a sua atividade.
– Se for a glicose, a preocupação maior será com a manutenção de maiores estoques de glicogênio e da glicemia durante a atividade. Para a isso, temos que priorizar a reposição dos estoques de glicogênio muscular principalmente no pós treino. Desse modo garantiremos o principal substrato para a atividade no dia seguinte!
– Já se a sua atividade é menos dependente de carboidratos e podemos usar bastante a gordura como fonte de energia, o ideal é calcular um programa que favoreça o aumento de toda a via de oxidação de gordura (como aumento de mitocôndrias, l carnitina, por exemplo). Neste caso, podemos reduzir o consumo de carboidratos aumentando, por exemplo, algumas outras fontes de energia pré como o óleo de coco ou TCM puro! (Essa é a razão pela qual algumas pessoas veem um “resultado incrível” com o óleo de coco como fonte de energia e outras pessoas nem tanto. Tudo depende da sua atividade!). Nestas atividades, podemos reduzir um pouco a inclusão de carboidratos, mas mantendo a ingestão adequada de proteínas nas refeições.
Podemos sim evoluir performance e reduzir o percentual de gordura ao mesmo tempo! Para isso, basta ter um programa calculado para você respeitando os seus horários e suas atividades!
Foto: Guilherme Guido.